Forbes: Lemann e sócios sofrem queda na fortuna

No universo das finanças, as oscilações nas fortunas dos bilionários sempre rendem debates e análises. Recentemente, uma nova pesquisa da Forbes apontou mudanças expressivas entre os empresários que, até pouco tempo, figuravam no topo da riqueza no país. Um dos casos mais comentados é o de Jorge Paulo Lemann, que, mesmo sendo referência no mercado por comandar gigantes como Ambev, Americanas e a 3G Capital, teve sua fortuna registrar uma redução de 4,2% em relação ao levantamento anterior, totalizando aproximadamente R$ 88 bilhões.

► A evolução da fortuna de Jorge Paulo Lemann

Jorge Paulo Lemann é há muito tempo visto como um dos maiores nomes do empreendedorismo no Brasil. Apesar dessa recente retração, que o mantém na terceira posição entre os mais ricos do país segundo a Forbes, é importante compreender que a queda percentual não diminui sua relevância financeira. O empresário continua detentor de um patrimônio robusto, mas o momento demonstra as variações naturais dos negócios e dos mercados financeiros.

► Impactos que vão além de um único empresário

O cenário não se restringe apenas a Lemann. Seus sócios de longa data, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles, também viram suas fortunas diminuir consideravelmente. Enquanto Sicupira, com 77 anos, viu seu patrimônio recuar 20,8%, chegando a R$ 39,1 bilhões – garantindo a posição de sexto brasileiro mais rico –, Marcel Telles foi ainda mais afetado, com uma queda impressionante de 79,5%, levando seu patrimônio para R$ 12,5 bilhões, afastando-o do top 10 e colocando-o na faixa dos 30 maiores bilionários.

Em números, a soma das perdas dos três empresários chega a R$ 62,7 bilhões. Para se ter uma ideia da dimensão deste montante, se concentrado nas mãos de uma única pessoa, essa fortuna moveria as engrenagens da economia de forma similar à de um dos principais bilionários do Brasil.

► A ligação com a crise da Americanas

Essas variações patrimoniais não ocorreram em um vácuo. A crise vivida pela varejista Americanas, protagonizada por uma fraude que ficou marcada como a maior da história dos mercados financeiros brasileiros, impactou diretamente as fortunas desses empresários. Em meio à turbulência, Lemann, Telles e Sicupira tiveram que realizar um aporte de R$ 12 bilhões na companhia, reforçando sua ligação e confiança na recuperação da empresa, mesmo com as incertezas do mercado.

► Outras pessoas ligadas à 3G Capital

Não foram apenas os três principais empresários que sentiram o baque. Alexandre Behring da Costa, sócio na 3G Capital e figura chave também no conselho da Restaurant Brands International – empresa responsável pelo Burger King e Tim Hortons – viu seu patrimônio encolher 11,1% de 2024 para 2025, ficando com cerca de R$ 31 bilhões. Mesmo diante da redução, Behring continua sendo o novo brasileiro mais rico, segundo o ranking da Forbes.

► O top 10 dos brasileiros mais ricos da Forbes

Para entender melhor o cenário, vale conferir a lista dos 10 brasileiros mais ricos, que evidencia a concentração de fortunas no país:

1. Eduardo Saverin (Facebook) – R$ 227 bilhões
2. Vicky Sarfati Safra e família (Banco Safra) – R$ 120,5 bilhões
3. Jorge Paulo Lemann (AB Inbev e 3G Capital) – R$ 88 bilhões
4. André Santos Esteves (BTG Pactual) – R$ 51 bilhões
5. Fernando Roberto Moreira Salles (Itaú Unibanco) – R$ 40,2 bilhões
6. Carlos Alberto da Veiga Sicupira (AB Inbev e 3G Capital) – R$ 39,1 bilhões
7. Pedro Moreira Salles (Itaú Unibanco) – R$ 38 bilhões
8. Miguel Gellert Krigsner (O Boticário) – R$ 34,2 bilhões
9. Alexandre Behring da Costa (3G Capital) – R$ 31 bilhões
10. Jorge Neval Moll Filho (Rede D’Or) – R$ 30,4 bilhões

► O aprendizado para investidores e empreendedores

Essas mudanças têm lições importantes para investidores e profissionais do mercado financeiro. Em primeiro lugar, a volatilidade na avaliação dos patrimônios dos bilionários reflete as incertezas do mercado, em especial após grandes eventos, como a crise da Americanas. Para os investidores, a diversificação e o monitoramento constante dos ativos são estratégias essenciais para enfrentarem períodos de instabilidade.

Além disso, os aportes realizados por líderes como Lemann, Sicupira e Telles demonstram a importância de manter o compromisso e a confiança em negócios estratégicos, mesmo em meio a turbulências. Essa postura pode indicar perspectivas de recuperação e, possivelmente, até novas oportunidades de crescimento, especialmente em mercados voláteis e sujeitos a crises.

► Conclusão

A trajetória das fortunas dos maiores empresários brasileiros nos mostra que, mesmo para os mais bem-sucedidos, o ambiente econômico é dinâmico e repleto de desafios. Apesar das queda percentual, os nomes como Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira, Marcel Telles e Alexandre Behring da Costa permanecem entre os principais atores do mercado. O cenário atual reforça a importância da resiliência, da gestão eficaz dos riscos e, acima de tudo, da diversificação para a sustentabilidade dos negócios e dos investimentos no longo prazo.

Estar atento às variações do mercado e entender os fatores que influenciam essas mudanças é fundamental para quem deseja seguir uma carreira no setor financeiro ou simplesmente entender melhor como as grandes fortunas se movem. Essas análises não apenas servem como lição para investidores, mas também evidenciam a complexa relação entre risco, gestão e oportunidades no competitivo mundo dos negócios.

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