Cosan capta R$ 10 bi com BTG e Perfin e reduz dívidas

Cosan anuncia captação bilionária: saiba como a operação pode impulsionar a redução de dívidas

A Cosan (CSAN3) surpreendeu o mercado financeiro ao anunciar uma operação de captação de R$ 10 bilhões, em parceria com o BTG Pactual e a Perfin, empresa de investimentos. Essa movimentação vem num momento estratégico para a holding, que enfrenta o desafio de um endividamento alto e busca fortalecer sua estrutura de capital para retomar uma trajetória de crescimento sustentável.

Contexto e desafios enfrentados pela Cosan

Nos últimos meses, a Cosan vinha sendo acompanhada de perto por investidores devido ao seu elevado nível de endividamento. No final de 2022, a empresa apresentava dívidas que somavam R$ 23,5 bilhões e registrou um prejuízo de R$ 9,4 bilhões, o que contrastava com uma receita anual de R$ 44 bilhões. Esse cenário evidenciou a necessidade urgente de um ajuste financeiro e uma reestruturação da governança corporativa.

A captação de recursos, que totaliza R$ 10 bilhões, tem como principal objetivo a renegociação e o repagamento das dívidas financeiras, contribuindo de forma decisiva para a redução da alavancagem da companhia. Segundo a empresa, o movimento é parte de um projeto mais amplo para aprimorar o cenário de governança e otimizar custos operacionais.

Estrutura da operação de captação

A injeção de R$ 10 bilhões será realizada através de duas ofertas de ações. Confira como a operação foi estruturada:

• Primeira oferta:
– Emissão de 1,45 bilhão de novas ações ordinárias.
– Possibilidade de aumento de até 25% nesse número, caso haja maior demanda.
– Investidores-âncora (BTG Pactual, Perfin e a holding da família Ometto) já adquiriram esse lote inicial, equivalente a uma captação de R$ 7,25 bilhões, considerando que o preço definido para cada ação é de R$ 5.

• Segunda oferta:
– Captação prevista de R$ 1,8 bilhão, também ao preço de R$ 5 por ação.
– Restrição para os acionistas que participarem dessa oferta, que não poderão vender 50% das ações adquiridas durante um período de dois anos.

Essa estratégia, embora gere uma forte diluição para os acionistas, foi planejada para recuperar o equilíbrio financeiro da empresa. No fechamento do papel, ocorrido na última sexta-feira, o valor encontrado foi de R$ 7,50, o que representa um deságio de um terço em relação ao preço que embasou a operação. Conforme informações veiculadas pelo jornal Valor Econômico, a diluição pode chegar a 77,5% considerando apenas a primeira emissão, podendo ultrapassar os 100% se a opção de acréscimo for exercida.

O impacto na estrutura acionária e o futuro da Cosan

Mesmo com a significativa diluição decorrente da operação, Rubens Ometto e sua família permanecem no controle da Cosan. O atual sócio majoritário detém 50,01% das ações ordinárias e continua como presidente do conselho. Juntamente com o BTG Pactual e a Perfin, que somam uma participação combinada de 49,99%, os três sócios formaram um acordo acionista que lhes garante o controle de 55% do capital social da empresa.

Para Rubens Ometto, a operação reafirma a capacidade da Cosan em se adaptar a um ambiente desafiador e mostra o compromisso com a perenidade dos negócios. Em comunicado, o presidente destacou que a iniciativa é um passo importante rumo à reestruturação financeira e à retomada do crescimento, sinalizando a confiança na estratégia de capitalização adotada.

Principais objetivos da captação

A operação de captação de R$ 10 bilhões tem como metas essenciais:
– Reduzir o elevado endividamento da Cosan, repagando dívidas financeiras.
– Desalavancar a empresa e, assim, melhorar a estrutura de capital.
– Fortalecer a governança corporativa e otimizar os custos operacionais para um futuro mais promissor.

Essa iniciativa é encarada pelos gestores como um movimento estratégico que não só melhora a saúde financeira da empresa, mas também fortalece a confiança dos investidores no potencial de recuperação e crescimento da Cosan.

Considerações finais

A captação bilionária anunciada pela Cosan, em colaboração com BTG Pactual e Perfin, representa uma reviravolta importante para a companhia, que estava sob pressão devido ao alto índice de endividamento. Ao implementar essa medida, a empresa busca não apenas resolver problemas imediatos de liquidez, mas também preparar o terreno para uma gestão mais eficiente e competitiva no mercado de energia e commodities.

O reforço no capital e a redução do nível de alavancagem financeira são essenciais para que a Cosan possa voltar a investir em seus diversos negócios, como Raízen, Rumo Logística e Compass. Com uma estrutura fortalecida, a empresa tem maiores condições de retomar sua trajetória de crescimento e oferecer resultados mais sólidos para o mercado e os acionistas.

Com esse movimento estratégico, a Cosan se posiciona de forma proativa diante dos desafios financeiros atuais e demonstra comprometimento com uma gestão mais responsável e orientada para o futuro. Conheça mais sobre essa e outras novidades do setor financeiro aqui no nosso blog e fique por dentro das tendências que impactam o mercado econômico nacional.

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